quinta-feira, 31 de março de 2011

homofobia

Um comentário:

  1. O SENTIDO DA VISÃO

    “Olhos que enxergam são comuns, mas olhos que têm visão são raros. É a visão que torna o invisível do visível e o desconhecido, possível”.


    Qualquer obra de arte precisa ser lida como sendo um lugar de um encontro entre o artista e o leitor observador. Nessa perspectiva, a compreensão, o sentido é que serão os pontos privilegiados, para que aconteça, de fato, o pretendido encontro.
    Para tanto, esse encontro está na obra e no leitor, pois depende do conhecimento de mundo e das relações simbólicas que, aí, estabelece.
    O sentido de uma obra de arte, não está apenas na obra em si, mas também no leitor observador. Está na obra e no leitor, pois está em todo material artístico que o constitui e em todo o conhecimento anterior que o leitor já tem do objeto de que trata a obra.
    Por esse motivo, que não se pode ver em uma obra de arte o que lá não está, nem se pode ver apenas o que lá está sobre a tela.
    A leitura de uma obra de arte tem, assim, a dinâmica de qualquer outro encontro: seu sentido é de agora e é de antes.
    Nessa ótica, a leitura depende do sentido que cada um atribui à obra de arte, depende, pois da visão de cada um. A vista é a função dos olhos, mas a visão é a função do coração.
    Todos os sinais deixados sobre a tela são apenas isto: sinais, para que se identifique o caminho que leva ao sentido e às intenções propostos pelo artista com o leitor.
    Então, podemos dizer que a leitura é mediada pelo olhar, mas esse olhar não é apenas a decorrência do ato de ver, do enxergar, da pura percepção visual, é muito mais do que isso. É necessário saber olhar, educar o olhar. Essa educação do olhar nada mais é do que a leitura da estética, um modo de aproximação do leitor observador com a Obra de Arte. Esse olhar, portanto, implica numa atitude consciente e sistemática mediante à grandiosidade da obra, mediante sua manifestação.
    Nesta exposição, o artista por meio de técnicas intencionais possibilita que o observador consiga uma série de informações e significados que enriquecerão seus conhecimentos, principalmente pelo tocar e pelo sentir que será uma resposta às necessidades de outra visão transformando linguagem visual em linguagem tátil. Dessa forma, quebram-se paradigmas do "não me toque", para "toque e sinta, interprete, conheça, atribua sentido".
    Para tanto, será necessário tocar os contornos, apalpar os relevos, perceber as formas, os tamanhos, que despertam fortes sentimentos e dá asas para a imaginação. Nesse prisma, o artista promove a arte inclusiva, interativa e com acesso a todas as pessoas.
    Nesta exposição, o artista leva suas obras a duas visões e dois sentidos: o sentido da compreensão de quem observa, admira, interpreta a olhos nus, e a visão daqueles que atribuem outro sentido, que interpretam, sentem a textura dentro de outra dimensão, com um olhar revestido de outra visão.

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